quinta-feira, 31 de julho de 2014

Encaminhamentos da Reunião da Executiva Estadual do MML Maranhão

Executiva Estadual do Movimento Mulheres em Luta no Maranhão se reune e avança na sua organização.

Nesta quinta(31/07), a executiva estadual do MML MA se reuniu para discutir nossa participação no Seminário Nacional do MML e encaminhou atividades financeiras e de retomada da campanha contra violência a mulher.
Encaminhamentos:
- Retomar as plenárias do MML com discussões temáticas;
- Visitas aos Sindicatos para apresentação do MML e da Cartilha contra a violência;
- Fortalecer a campanha financeira de vendas de Bolsas de Chita;
- Organização do Seminário Local como preparação para o Seminário Nacional do MML.
Data: 09/08
Local: Sindicato dos Bancários ou CSP (a definir)
Programação:
09: Painel sobre Conjuntura

10h: Debate: Mulher Negra e a violência doméstica no Maranhão.



http://mulheresemluta.blogspot.com.br/

terça-feira, 4 de março de 2014

MML NO CARNAVAL PELO FIM DA VIOLÊNCIA À MULHER

Sem dúvida as jornadas de Junho de 2013 abriram um novo momento político no Brasil. As manifestações contra o aumento das tarifas de transportes em São Paulo inspiraram várias cidades do país e as pautas de reivindicação foram sendo ampliadas. Milhões de jovens e trabalhadores foram às ruas exigindo menos gastos na Copa e mais investimentos na saúde e educação. Paralisações importantes da classe trabalhadora em 11 de julho e 30 de agosto, greve histórica de professores no Rio de Janeiro, Rolezinho, Ocupações William Rosa, em Belo Horizonte, e Esperança, em Osasco, várias passeatas contra os gastos da Copa demonstram a disposição dos de baixo para a luta. Mais uma prova disso, estão dando os garis do Rio de Janeiro que, em pleno carnaval e com palavras de ordem como "diga lá para o prefeito que eu não vou varrendo" ou "o prefeito quer fazer copa, nós queremos fazer compras", constroem por fora do sindicato da categoria uma greve que já é vitoriosa. 
Com a mesma disposição de luta, várias regionais do MML organizaram blocos de carnaval para denunciar a situação de violência a que estamos submetidas, especialmente no período do carnaval, em que o número de agressões e o assédio sexual e a exploração sexual de mulheres aumenta de forma considerável. Denunciam também o descaso dos governos que não investem em políticas para o enfrentamento da violência à mulher. O governo Dilma, em três anos de mandato, investiu apenas R$ 0,26 por mulher. O resultado disso é milhares de mulheres assassinadas, estupradas e agredidas todos os dias. Como aconteceu com nossa companheira Sandra Fernandes, em Recife, brutalmente assassinado pelo namorado. 
No Maranhão não é diferente, milhares de mulheres sofrem com a violência doméstica e sequer tem a possibilidade de denunciar. Temos apenas sete delegacias especiais da mulher, não temos casas abrigo e apenas 02 varas especializadas. Para denunciar esta situação, o Bloco Mulheres em Luta saiu às ruas de São Luís, no último sábado, exigindo da governadora Roseana Sarney o investimento necessário para que as mulheres realmente possam viver sem violência. Saímos junto com o Bloco da Lagosta, bloco irreverente que desde o pré-carnaval vem denunciando o uso de dinheiro público para custear os banquetes, regados à lagosta, caviar e champanhe, no Palácio do Governo, além de questionar a contratação da empresa Marafolia, do grupo Sarney, para organizar o carnaval de São Luís. É uma farra de dinheiro público. Embora tivéssemos negociado nossa participação no circuito oficial de carnaval, organizado pela Secretaria Estadual de Cultura, fomos vetados, pois nossos cartazes e faixas não estariam de acordo com o clima do carnaval dos sarneys. Mesmo assim, saímos com nosso bloco pelas ruas que não foram privatizadas para o carnaval de Roseana, chamando a atenção da população para a necessidade de combatermos a violência contra a mulher. 
 


 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Contribuição dos Companheiros e Companheiras da Setorial de Educação da CSP-Conlutas MA


No dia 24 de fevereiro, veiculava na mídia impressa e virtual do país a notícia de que a  professora Danila Soares, que vinha sofrendo um processo agudo de depressão, resolveu tirar a própria vida. O agravante da situação foi o fato de a professores ter sido removida para uma escola que ficava a quatro horas de distância de sua residência em Ribeirão Pires (SP), o estresse e o cansaço diário se tonaram insuportáveis.
Infelizmente casos como o da companheira Danila tem se tornado cada vez mais frequente entre os profissionais da educação. Submetidos a uma jornada extenuante de trabalho, aliado aos baixos salários, ao assédio moral, a desilusão com a profissão, as condições precárias no emprego e o péssimo funcionamento das escolas públicas brasileiras, tem levados um sem número de educadores(as) ao adoecimento.
Diferente do que acontecia há alguns anos, em que as principais doenças laborais se restringiam à rinites alérgicas, dor na garganta e as recorrentes cefaleias, hoje, nossos(as) mestres(as) tem sido acometidos(as) de variadas formas de doenças  psíquicas como: depressão, estresse, síndrome do pânico e a epidêmica síndrome de Burnout, que o INSS nem reconhece como doença ocupacional e por isso nega assistência e direitos garantidos em lei aos(as) acometidos(as) da tal síndrome.
Nossa categoria é composta majoritariamente por mulheres, sendo 85% da força de trabalho na educação básica e chegando  a patamares acima dos 90% nas primeiras séries do ensino fundamental. Entretanto, são essas companheiras que recebem os piores salários , possuem maior carga horária de trabalho e estão sujeitas a todo tipo de assédio no interior de nossas escolas. Esses aspectos não são secundários para se caracterizar o atual estado de coisas que  assolam a escola publica brasileira,  e precisam da compreensão do conjunto dos educadores, pois é nesses espaços que se reproduzem a opressão machista, nossas professoras desempenham duplas, triplas jornadas de trabalho e ainda tem que cuidar dos filhos/maridos ao chegarem em suas casas, o que demonstra a altíssima exploração da sociedade capitalista que recai sobre os ombros da mulher trabalhadora.
Somos um país governado por uma mulher, Dilma/PT, mas  que efetivamente não governa para as mulheres trabalhadoras, parafraseando seu predecessor, “nunca na historia desse país” morreu (leia: matou-se) tantas mulheres, só pra se ter ideia, morrem no Brasil 15 mulheres por dia vítimas de violência machista. No último dia 17,  a companheira, também professora, Sandra Fernandes foi brutalmente assassinada junto com seu filho Icauã, de apenas 10 anos. Sandra era professora da rede municipal de Recife e dirigente sindical. Morta pelo namorado, Sandra foi mais uma vítima do machismo e da falta de politica publica de combate a violência contra as mulheres trabalhadoras neste país.
Os casos das  professoras Sandra e Danila se diferenciam pela natureza das mortes, mas encontram similitude no fato de que as mulheres trabalhadoras tem sido vítimas de todo tipo de violência por parte das famílias, dos patrões e dos governos do mundo capitalista.
É preciso compreender que este governo de frente popular não tem politica para os trabalhadores, aplicam uma política econômica que privilegia os interesses do grande capital, retiram direitos dos(as) trabalhadores(as), achatam os salários, aprovam planos de cargos que são verdadeiros ataques ao funcionalismo publico, retiram direitos previdenciários e não investem os recursos necessários em saúde, educação, transporte público e segurança.
Está na ordem do dia que homens e mulheres da classe trabalhadora marchem ombro a ombro, contra todo tipo de violência e  exploração imposto pela sociedade capitalista e lutem juntos para a construção de uma nova sociedade sem violência, sem opressão, uma sociedade justa e  igualitária.
Sandras, Icauãs e Danilas, PRESENTES!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Violência machista mata dirigente sindical e militante do Movimento Mulheres em Luta

É com extremo pesar que viemos informar que a companheira Sandra Fernandes foi assassinada, junto com seu filho Cauã, de 10 anos,  na madrugada dessa segunda feira, dia 17 de fevereiro. Sandra era professora da rede municipal de Recife.

O namorado de Sandra confessou o crime e já está preso. Mais um triste fato que demonstra as consequências do machismo e da violência na vida das mulheres. Sandra levou nove facadas e Cauã 11.
Sandra militava há 10 anos no PSTU e era dirigente do SIMPERE, Sindicato filiado à CSP Conlutas, que representa sua categoria. Sandra era também militante e construtora do Movimento Mulheres em Luta, e o debate e a luta contra o machismo era parte central de sua história de militância.

Sabemos que a violência machista mata 15 mulheres por dia e que a violência física é a expressão mais bruta e individualizada da ideia de dominação do homem sobre a mulher. Sandra se soma a essa triste estatística, o que não deixar de indignar e entristecer os companheiros e companheiras que militaram ombro a ombro com a companheira.

Soma-se à tristeza da perda, a raiva e a indignação que esses casos geram. Até quando mais mulheres vão morrer em situações bárbaras como essas?

Sandra militava para destruir o capitalismo, o principal responsável por essas barbaridades que todos os dias entristecem e indignam milhares de mulheres, parente, amigos, companheiros, etc.

O capitalismo se apropria da ideologia machista para superexplorar as mulheres trabalhadoras e para sustentar essa ideologia desenvolve outras, vinculadas a essa, como a de que as mulheres são propriedade dos homens e que devem estar sujeitas aos mecanismos da violência física, para que a vontade do homem prevaleça.

A opressão machista sujeita todas as mulheres, inclusive aquelas que lutam contra o machismo. Não é verdade que o fato de ser consciente de sua condição de oprimida tira a possibilidade de viver situações de machismo, porque essa ideologia é a ideologia dominante na sociedade e perpassa a vida das mulheres em todos os seus aspectos.

O assassinato de Sandra nos entristece profundamente e queremos manifestar o carinho sincero com seus companheiros e companheiras de Recife, os que militam no PSTU, os companheiros e companheiras do SIMPERE e as companheiras do MML.

Precisamos transformar a tristeza em raiva contra o machismo e em motor para seguir a luta que Sandra tanto construiu, contra o machismo, a exploração e por uma sociedade realmente sem violência, uma sociedade socialista.

A morte de Sandra não mostra fraqueza dela, nem das mulheres, nem dos seus instrumentos de luta. Mostra força das ideologias que sustentam esse tipo de conduta bárbara, doentia e agressiva de seu então namorado. E precisamos mostrar que a luta de Sandra nunca foi, nem nunca será em vão.

Neste momento de dor, prestamos toda solidariedade à família, parceiros, amigos. Mas também colocamos toda nossa força política a serviço de lutar por um mundo em que não precisemos mais passar pelo sofrimento que estamos passando agora.

Cauã, presente!

Companheira Sandra, presente!

In: http://mulheresemluta.blogspot.com.br/

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Organizar a Luta para Combater a Violência contra as Mulheres


Nesta quinta-feira, 06, acontecerá uma plenária ampliada do Movimento Mulheres em Luta no Maranhão. Várias entidades sindicais e movimentos feministas locais foram convidados para participar da plenária, que tem como principais objetivos: dar continuidade à campanha Pelo fim da violência à mulher trabalhadora e iniciar a organização das atividades para o Dia Internacional da Mulher.

Nos últimos anos, os índices de violência contra a mulher só aumentam. Milhares de mulheres sofrem agressões físicas, psicológicas e sexuais e são assassinadas todos os dias todos neste país, sem que os governos apresentem soluções eficazes de combate à violência à mulher. Esse contexto demonstra a necessidade real da organização para o combate à violência. Essa é a finalidade da campanha lançada pelo MML em 25 de novembro de 2013, quem tem como eixos: a violência sexual, a violência doméstica, as condições de vida das mulheres nas cidades, o assédio moral e sexual no trabalho e a violência do Estado, que se expressa pela violência de classe e desigualdades sociais.

Não podemos esquecer que, além de conviver com a violência, a mulher também sofre com a falta de saúde, de transporte público seguro e de qualidade, de educação, de creche, com os postos de trabalho mais precarizados e com os menores salários. Em contrapartida, os governos, que não investem em políticas públicas para melhorar as condições de vida da população, gastam bilhões em obras da copa e implementam medidas cada vez mais repressivas para impedir o direito de livre manifestação e de greve dos trabalhadores e trabalhadoras. No cenário de Copa do Mundo, em que os holofotes do capital estarão voltados para o Brasil, a faxina étnica e social será executada de maneira mais efetiva, e o governo lançará mão de forte repressão para “manter o controle da situação”, sem explicar porque bilhões serão retirados dos investimentos sociais e transferidos para a iniciativa privada, logo é importante e necessário que os movimentos se organizem para lutar.

Tendo a compreensão de que a luta das mulheres não está separada da luta mais geral dos trabalhadores, mas que também tem demandas específicas e urgentes, como o direito de viver sem ser espancada e de ter creche para poder trabalhar,  de ter um salário justo, o Movimento Mulheres em Luta chama atenção para a necessidade desta plenária e de outras, para discutir e nos organizar para a luta contra a violência e pela construção de uma sociedade sem machismo, sem racismo, sem homofobia e sem exploração, isto é, lutar pela construção de uma sociedade socialista.




domingo, 26 de janeiro de 2014

CHEGA DE VIOLÊNCIA! FORA ROSEANA SARNEY!



O agravamento da crise no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, região metropolitana de São Luis, evidenciou a situação de miséria e violência em que vive a população do Maranhão. Apesar de apenas recentemente estar no topo dos principais noticiários da mídia nacional, essa situação de barbárie não é novidade e as mortes no presídio de Pedrinhas não acontecem de hoje. Na rebelião que houve na penitenciária em 2010, por exemplo, foram assassinados 18 detentos, três foram decapitados. O que temos agora é a disputa pelo controle do sistema penitenciário, onde o governo perdeu o controle da situação.

De acordo com dados oficiais, da rebelião que explodiu no final de 2013 até agora foram mortos 61 detentos, e este número pode ser bem maior. Desde o fim de 2013 a Força Nacional e a Tropa de Choque da Polícia Militar ocupam o complexo. Esta medida aguçou os conflitos no presídio, onde a rotina tem sido marcada por tiroteios, proibição de visitas, espancamentos, retirada de objetos das celas. Há também denúncias de que teriam ocorrido estupros de mulheres familiares dos presos, que foram obrigadas a terem relações sexuais com outros presos para que seus companheiros/parentes não fossem mortos. Em retaliação a essas ações, líderes de facções criminosas que atuam dentro do presídio determinaram o ataque a duas delegacias e ao transporte coletivo de São Luis, em que quatro ônibus foram queimados, resultando na morte da menina de seis anos, Ana Clara. A cidade vive desde então um clima de pânico.

O complexo Penitenciário de Pedrinhas é integrado por oito unidades e a superlotação é um dos grandes problemas que conformam a situação do sistema penitenciário do Maranhão. Em Pedrinhas existem internos com mais de três anos de detenção, que nunca tiveram instrução processual. Existem mais de três mil pessoas além da capacidade em condições marcadas pela total insalubridade. Esta situação inviabiliza o controle do presídio e favorece a formação de grupos rivais, e consequentes rebeliões. Três empresas terceirizadas respondem por 70% do pessoal do complexo penitenciário de Pedrinhas. Elas faturam mais que o Estado recebeu do governo federal como auxilio para a construção de novas casas penais, 22 milhões. Uma dessas principais empresas, a Atlantica, tem como dono Luiz Carlos Catanhede Fernandes, sócio de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney.

É dessa maneira que a oligarquia Sarney governa o Maranhão, sua política é marcada pelo coronelismo, patrimonialismo, clientelismo, corrupção e pistolagem. Sob seu julgo o estado exibe os piores indicadores sociais, uma das maiores concentrações de renda, seca, conflito por terra, falta de moradia, trabalho escravo, corrupção. As ações das organizações criminosas que tem dado grande visibilidade ao Estado são consequências da grande pobreza e miséria em que vive o povo maranhense. Fica cada vez mais difícil para a oligarquia manter o controle dessa situação de caos social e violência. Seu desgaste político é evidente, as saídas até agora apresentadas não resolvem o problema e demonstram claramente que os Sarneys governam para os ricos e para manutenção de seus privilégios. A oligarquia é a grande responsável pelo extermínio do povo pobre e negro, dentro e fora dos presídios.

Nesse quadro de miséria, falta de políticas públicas e violência, as mulheres são as que mais sofrem. Segundo o Mapa da Violência de 2012, São Luís, capital do estado, ocupa a oitava posição em violência doméstica. A cidade de Caxias, uma das maiores nos estado, registrou quase quinhentos casos de violência contra mulher somente nos primeiros sete meses do ano de 2013. Tendo mais de duzentos municípios, o Maranhão hoje possui apenas 19 delegacias especiais, quatro centros de referência, duas casas-abrigos e duas varas especializadas. Isso demonstra que Roseana Sarney, mesmo sendo mulher, não representa, nem defende os interesses das mulheres trabalhadoras, muito menos os interesses do conjunto da classe trabalhadora.

- Contra toda forma de opressão. Abaixo o machismo, racismo e a homofobia!
- Fora Roseana Sarney e toda a oligarquia!
- Por um governo dos Trabalhadores com formação de conselhos populares no campo e na cidade!
- Confisco de todos os bens da oligarquia !
- Mais verbas para Educação, Saúde, Moradia e Transporte.
- Desmilitarização e unificação da policia
- Suspensão de todos os despejos forçados no campo e na cidade!
- Reforma agrária sobre o controle dos trabalhadores!
- Imediata titulação das terras dos quilombolas