quarta-feira, 25 de novembro de 2015

No dia 25 de novembro, dia internacional combate à violência contra a mulher, nós continuamos na rua, na luta!

     
 

Glaucivanda Souza morava em Bacabal e tinha dezoito anos. Havia terminado um relacionamento com Ricardo Silva Carvalho, que não aceitando a separação, passou a ameaçá-la por meio de ligações e mensagens de celular. Na madrugada do dia 01 de setembro de 2013, Ricardo procurou Glaucivanda para reatar o namoro, mas diante da negativa da jovem a assassinou com sete facadas na frente de seu filho. Ela foi uma das 2.875 mulheres negras mortas em 2013, segundo o Mapa da Violência 2015, que revela um aumento de 54% no número de mulheres negras assassinadas no período de 2003 a 2013. Nesse mesmo período, o número de homicídios entre as mulheres brancas diminuiu 10%. O mapa também mostra que 55,3% dos crimes contra mulheres foram cometidos dentro de casa e, em 33,2% dos casos, os assassinos eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
Estamos diante de uma situação muito grave. As mulheres negras estão sendo mortas e faltam políticas públicas específicas para atender suas demandas. Isso porque elas não só têm mais dificuldade de acessar a rede de proteção contra a violência, como também é mais difícil o acesso à educação, à saúde, à moradia, ao emprego. Além disso, muitas mulheres negras não confiam no Estado e por isso não recorrem a ele em caso de violência, pois é o Estado que mata os homens negros, seus filhos ou companheiros.
Nos meses de outubro e novembro, milhares de mulheres foram às ruas contra o PL 5069/13, que restringe o direito ao aborto legal em caso de gravidez proveniente de estupro, e gritando “Fora Cunha”. Demonstraram que a saída é a organização e a luta coletiva das mulheres. Não podemos ficar paradas diante dos ataques aos nossos direitos e vendo nossas vidas sendo arrancadas pela violência machista.
Vamos continuar lutando e exigindo que Dilma rompa com Eduardo Cunha e com o congresso nacional, com os quais fez acordos em troca da manutenção de seu governo. Vamos exigir também que Dilma pare com o ajuste fiscal e que invista mais recursos em políticas de enfrentamento à violência contra a mulher, para que a Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, saia do papel e possa ser aplicada. Sem dinheiro para criar mais delegacias especiais da mulher, casas-abrigo, centros de referência e realização campanhas educativas de enfrentamento à violência contra a mulher, os índices de mulheres violentadas e mortas não vão diminuir.
#PeloFimDaViolênciaàMulher
#ForaCunha
#ContraoPL5069/13

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